Durante workshop foram refinadas as 2 ideias de serviço prioritárias para melhorar tomada de decisões em incêndios florestais e risco de secas na Amazônia
Dando continuidade ao processo de identificação de necessidades e oportunidades nos países focais do programa, a equipe do SERVIR-Amazonia se reuniu, em 29 de outubro, com representantes de 17 organizações em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, durante o micro-workshop “Consulta sobre necessidades dos usuários do Programa SERVIR-Amazonia”.
Realizado como atividade técnica da 7ª Conferência Internacional sobre Incêndios Florestais, a aproveitar os técnicos e cientistas reunidos em torno da temática de risco de secas e incêndios, durante o micro-workshop foram avaliadas as necessidades e exploradas as potencialidades para o co-desenvolvimento de serviços de informação geoespacial com objetivo de melhorar a tomada de decisões ambientais nos países sul-americanos do bioma e bacia Amazônica.
O objetivo deste micro-workshop esteve dirigido a obter uma abordagem complementar dos principais problemas e ameaças que afetam a Amazônia, na área de serviço de risco de seca e incêndio florestal. Com base nessas informações e por meio de um processo participativo, foram identificadas necessidades e oportunidades, bem como um refinamento das idéias de serviço (resultados do workshop realizado em Brasília-DF em 23 e 24 de outubro). Para tanto, os participantes foram convidados a responder duas perguntas: 1. Que produtos geo-espaciais podem ser aprimorados ou desenvolvidos para auxiliar esforços de prevenção ou combate a incêndios na Amazônia?; e 2. Que obstáculos você identifica como maiores em ações de combate a incêndios na Amazônia?
Nesse sentido, no que tange às necessidades de aprimoramento ou desenvolvimento de tecnologias geoespaciais, os participantes avaliaram a necessidade de um mapa histórico da área queimada, com sensores de alta resolução espacial temporal, além de um sistema de radar, incluindo componentes sobre as florestas afetadas pelo fogo, regeneração da vegetação, e identificação refinada de cicatrizes de áreas queimadas. Técnicos do IBAMA Prevfogo mencionaram que não há produtos disponíveis para apoiar o combate a incêndios florestais focado no pessoal de campo. Dado que, em situações de combate a incêndios, é comum o fato de as equipes estarem cientes de vários surtos de incêndio sem ter, no entanto, gerenciamento geoespacial da situação para mapear e combater o incêndio. Havendo portanto, a necessidade de um sistema que integre dados sobre desmatamento, áreas queimadas, previsão do tempo, mapeamento ativo do fogo, risco de incêndio, mapeamento de áreas prioritárias para ações de prevenção e combate, etc.
Adicionalmente, no que se refere aos obstáculos em ações de combate a incêndios, o principal entrave está no acesso a informações de monitoramento (atuais e históricas) em linguagem simples, relevante e rápida para a tomada de decisões. Complementarmente, a grande extensão territorial e o tamanho da região, contendo áreas de difícil logística, foi citado como importante obstáculo, dificultando o acesso às áreas afetadas pelo incêndio. Assim que a logística e o difícil acesso às áreas inviabilizam alertas e informações em tempo real e aumentam a necessidade de sistemas de previsão. Outro empecilho citado, está na averiguação de que poucos agentes são especializados em combate a incêndios em áreas da Amazônia. Havendo a necessidade de aumentar a capacitação da comunidade (formação de brigadas) e fornecer recursos para equipamentos de combate a incêndio.
A partir do levantamento dessas necessidades, os participantes colaboraram com o detalhamento das 2 ideias de serviços consideradas prioritárias para o Brasil para a área temática de riscos de secas e incêndios florestais, em termos dos dados e suas origens, e as metodologias que devem ser consideradas para o refinamento dos sistemas de monitoramento e previsão utilizados atualmente no Brasil e nos países da região.
Como próximos passos, a equipe do SERVIR-Amazonia conduzirá reuniões técnicas com instituições chave para refinar e interpretar tais idéias de serviço e vislumbrar os próximos passos em direção à colaboração conjunta e a maneira pela qual as organizações brasileiras, e da região, e o SERVIR-Amazonia podem co-desenvolver as idéias de serviço identificadas.
Autor do blog
José Leandro Fernandes, Líder de Envolvimento do Usuário (CIAT)