Em seu último ano de colaboração com o SERVIR-Amazônia, a primeira coorte de Equipes de Ciências Aplicadas (AST por sua sigla em inglês) visa entregar serviços com parceiros na Amazônia. As ASTs apoiam o SERVIR elaborando aplicações científicas para desenvolvimento internacional por meio de observações da Terra. Os membros da equipe conduzem pesquisa, desenvolvimento e teste de aplicativos e participam de capacitações. Em 2018, a NASA selecionou 20 finalistas de 94 propostas com base em uma análise em grupo e nas necessidades identificadas em áreas de serviço temáticas de cinco centros regionais na África Oriental e Austral, Hindu Kush-Himalaya, Baixo Mekong, África Ocidental e Amazônia.

Neste blog, fornecemos mais informações sobre os serviços desenvolvidos, parceiros nos países do SERVIR-Amazônia e perspectivas sobre a entrega de serviços.

Previsão de Incêndios Sazonais a Subsazonais e Risco à Agricultura em caso de Seca na Amazônia

O serviço: O serviço fornece informações para mitigar os impactos negativos da seca e do fogo sobre a floresta e a agricultura na bacia amazônica, avaliando as condições de seca em resolução temporal e espacial para prever a vulnerabilidade ao fogo. O serviço detecta incêndios de pequeno porte e em sub-bosques utilizando diversas plataformas de satélites, incluindo VIIRS e MODIS, com foco no fornecimento de produtos de informação para melhorar a gestão. Esses produtos, como padrões de incêndios florestais e sua associação com eventos de mudança de uso da terra, preenchem uma lacuna atual, pois detectam incêndios que os atuais algoritmos globais geralmente não percebem. O serviço ajuda as partes interessadas a caracterizar incêndios e quantificar seus impactos negativos nos serviços ecossistêmicos, bem como usar modelos de previsão de incêndios para desenvolver métricas de estação seca e prever como essas métricas mudam ao longo do tempo.

Parcerias: O serviço faz parte dos planos de trabalho com parceiros do SERVIR-Amazônia no Brasil, a saber, os estados brasileiros da SEMAPI-Acre, FEMARH-Roraima, SEMAS-Pará, SEMA-Mato Grosso e SEDAM-Rondônia, bem como o governamental Centro de Proteção da Amazônia, o CENSIPAM. Os eventos de lançamento devem acontecer no segundo semestre de 2022.

Melhorar a Resiliência e Reduzir o Risco de Eventos Hidrológicos Extremos por meio da Aplicação de Observações da Terra e Informações de Monitoramento In Situ

O serviço: O serviço oferece às partes interessadas da região da Bacia Amazônica uma melhor capacidade de previsão de inundações, incluindo informações mais precisas sobre tempo, magnitude e impacto, para aumentar o conhecimento dos riscos e oferecer maior resiliência em casos de inundações. O serviço permitirá que as partes interessadas estudem métodos de financiamento baseados em previsões, o que aumentará a capacidade de preparar-se e enfrentar inundações. Além disso, as ferramentas de hidroinformática podem treinar as partes interessadas para entender os padrões anteriores de inundações dos rios e como a bacia hidrográfica é constituída para além das fronteiras políticas.

Confira a ferramenta: Serviço de Caudal GEOGloWS ECMWF. A equipe pretende contribuir não apenas com sua própria experiência científica na análise de impacto das inundações, mas estender as redes Hub e as equipes temáticas do SERVIR desenvolvendo aplicações web para tomada de decisão geoespacial usando o software gratuito e de código aberto Tethys Platform.

Parcerias: A equipe de Nelson no Laboratório de Hidroinformática da BYU conta com vários anos de experiência trabalhando na região, junto a importantes partes interessadas, incluindo o Instituto de Hidrologia, Meteorologia e Estudos Ambientais (IDEAM) da Colômbia, o Serviço Nacional de Meteorologia e Hidrologia do Peru e do Equador (SENAMHI e INAMHI, respectivamente), e a Agência de gestão de desastres do Brasil: Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN). Nelson e Sánchez estão fortalecendo ativamente as capacidades desses parceiros no uso das ferramentas e dados. As visitas dos parceiros estão previstas para ocorrer durante o primeiro semestre de 2022 e os eventos de lançamento de serviços ainda este ano.

Desbloquear o Poder do Sensoriamento Remoto Ativo para Modelagem de Serviços Ecossistêmicos na Interface Floresta-Agricultura da Amazônia

Ferramenta em desenvolvimento: Uma plataforma online que permite que pessoas que não sejam especialistas visualizem imagens de satélite como mapas de plantações precisos e explorem os dados, incluindo dados do solo organizados em uma página pública.

O serviço: O serviço fornece mapas precisos para que as partes interessadas e os tomadores de decisão entendam os cenários políticos e econômicos que levam os sistemas de produção agrícola ao desmatamento, principalmente devido à produção de óleo de palma e cacau. O mapeamento automatizado de cultivo de plantas perenes supera dificuldades de interpretação devido à similaridade espectral, tanto com a floresta nativa quanto com a vegetação secundária. A equipe envolve os usuários finais na validação de dados baseados nos satélites de observações SAR e Lidar para abordar questões econômicas e de conservação locais. Por exemplo, com base nessas informações, aqueles envolvidos no processo de tomada de decisão podem fornecer incentivos para os agricultores locais investirem na intensificação sustentável das culturas. Os agricultores locais podem aplicar essas informações para otimizar o uso de terras degradadas em vez de expandir para florestas de alta biomassa e alto valor de conservação. Além disso, os agricultores podem usar os dados da ferramenta para participar de programas de certificação que os ajudarão a obter melhores retornos de seus produtos nos mercados internacionais.

Parcerias: As partes interessadas são agricultores inscritos em iniciativas de paisagens sustentáveis, bem como tomadores de decisão em ONGs e governos que apoiam práticas agrícolas sustentáveis. A equipe do projeto alavanca iniciativas subnacionais, com parceiros como Alianza Cacao, MINAM , MINAGRI no Peru e EMBRAPA Amazônia Oriental no Brasil, produzindo lições e fluxos de trabalho que podem ser adaptados a outras regiões amazônicas.

Quantificar os Efeitos das Mudanças na Cobertura Florestal no Aprovisionamento e Regulação de Serviços Ecossistêmicos no Sudoeste da Amazônia

Stephanie Spera and her team, University of Richmond

Ferramenta em desenvolvimento: O serviço lançará uma ferramenta baseada em estatísticas que permitirá aos usuários analisar as compensações entre atividades de desenvolvimento e serviços ecossistêmicos por meio de modelagem de cenários.

O serviço: O serviço permite que aqueles que planejam e tomam decisões em níveis regional e local, bem como cidadãos do Acre e Ucayali (incluindo as comunidades indígenas e tradicionais das bacias hidrográficas da Sierra del Divisor, Yurua e Purus) entendam melhor as compensações entre atividades de desenvolvimento e serviços ecossistêmicos. Mudanças na cobertura florestal podem ser mapeadas e atribuídas a mudanças localizadas na evapotranspiração (ET), umidade do solo, umidade e temperatura da superfície. Por meio desse serviço, o raio de efeito dessas mudanças na cobertura florestal pode ser determinado para gerar mapas que destacam áreas que sofrem mudanças na microclimatologia e no uso da terra. Esses mapas fornecem uma linha de base para futuras análises de modelagem climática sobre a relação entre distúrbios florestais e mudanças climáticas regionais.

Parcerias: A equipe mantém relações de longa data com várias comunidades indígenas que vivem na área transfronteiriça. Em uma visita recente aos interessados locais, David Salisbury entregou análises em formato de mapa e pôster impressos para gabinetes governamentais, organizações indígenas e comunidades em Ucayali e Acre. A equipe discute continuamente o progresso na implementação do serviço com órgãos estaduais brasileiros (CPI-ACRE, SEMAPI Acre) e Universidades. No Peru, o governo regional de Ucayali está envolvido no desenvolvimento do serviço.